A fiscalização das motos vai aumentar em São Paulo. A partir da próxima segunda-feira, dia 26, 25 novos radares - fixos e móveis - começarão a ser gradativamente usados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para vigilância eletrônica desses veículos, que estão entre os que mais provocam mortes. Hoje a empresa dará início à operação dos seis primeiros aparelhos do lote, mas em caráter educativo (sem multa). São radares do tipo pistola, inéditos na cidade
Equipados com mira a laser, tela sensível ao toque e três câmeras, os equipamentos - prometidos há quase dois anos - estarão à disposição dos agentes da CET para utilização em 65 pontos da capital, em vias como as Marginais do Tietê e do Pinheiros, a Radial Leste e as Avenidas Nove de Julho, Ricardo Jafet e Jabaquara. Além deles, a CET começará na semana que vem a operar os 19 radares fixos instalados sob viadutos e passarelas de avenidas como a 23 de Maio e a Aricanduva.
Segundo a CET, os radares-pistola foram locados por um ano ao custo de cerca de R$ 225 mil. Os pontos de fiscalização foram escolhidos com base na incidência de acidentes. A meta do aperto à fiscalização é reduzir a letalidade das motocicletas - entre janeiro e outubro do ano passado, 436 motociclistas morreram nas vias paulistanas.
Cerca de 150 marronzinhos estarão aptos para operar as pistolas. Cada agente segurará o radar, mirado para a via, por 15 minutos - depois, ele será rendido por um colega, que desempenhará a função pelo mesmo período, alternando o trabalho ao longo do turno. Quando um veículo passa, o fiscal aciona o gatilho do radar, o que faz com que o mecanismo calcule a velocidade da moto. Se ela estiver acima da permitida, a imagem com a placa do infrator ficará registrada no cartão de memória da pistola, descarregado diariamente na gerência regional de trânsito.
Para o presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP, Maurício Januzzi, os radares-pistola devem ficar em pontos que possam ser vistos pelos condutores. "Embora não haja mais necessidade de ter placa indicando radar, os agentes devem estar visíveis." Já o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito, Silvio Médici, não concorda. "Enquanto juristas filosofam sobre a questão, milhares morrem no trânsito todo ano." Uma das vantagens do radar-pistola apontadas por ele é a flexibilidade. "A pessoa não sabe exatamente onde ele é operado." Isso, explica, traz um poder de fiscalização maior.
Fonte: Estadão
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