"Cara, que moto é essa?". O modelo Alex Schultz, 29, cansou de ouvir essa pergunta quando passeava em São Paulo com sua Kawasaki Ninja 250R, ou "Ninjinha", para os íntimos.
"Eu ia pela marginal Pinheiros e a galera desacreditava quando eu dizia que era uma 250." Caso você não manje nada, na escala das motos, 250 cilindradas é considerado pouco para uma autêntica "racing", usadas em circuitos profissionais.
Hoje piloto, o modelo não desfila mais com sua moto pelas ruas da cidade, só nas pistas. No domingo (3), ficou em segundo lugar entre 43 donos de "Ninjinha" que correram no autódromo de Interlagos.
A moto de Alex faz parte de um gênero em desenvolvimento no país com foco em grandes capitais como São Paulo. Experimente começar a olhar para o lado no trânsito. Elas estarão lá, nada camufladas entre as mais de 945 mil motocicletas paulistanas, nas contas do Detran.
Com jeitão de superesportivas, as chamadas "superbikes acessíveis" são sucesso na Europa há alguns anos, com máquinas de até 50 cilindradas, e começam a pegar no Brasil. Por aqui, o estilo é representado por quatro modelos, dois deles lançados neste ano.
O preço de compacta é garantido graças às 250 cilindradas. Os valores orbitam na casa dos R$ 15 mil, sendo que uma moto de corrida, digamos, "de verdade", como a Ninja ZX-10R, chega a R$ 60 mil --sem falar que domar uma máquina de mil cilindradas exige mais habilidade.
"São uma boa opção para começar", diz Alex Barros, maior campeão brasileiro de motovelocidade, que hoje mantém uma escola de pilotagem.
Além de corredores iniciantes, a intenção principal é fisgar usuários urbanos, que circulam com a moto para estudar, trabalhar e, aos finais de semana, viajar. Ou ambos.
"O dono pode usar a moto que vai todo dia para a faculdade e, com alterações reversíveis, como adesivos, vir correr aqui [em Interlagos]", diz Ricardo Suzuki, gerente de planejamento da Kawasaki.
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